2008 foi, em muitos aspectos, bem melhor do que os anteriores. Apesar de ter trabalhado muito e me ter divertido pouco, aprendi e experienciei que a felicidade está dentro de nós e não fora de nós. Aprendi, na maior viagem da minha vida até então, que se não tivermos aquela paz interior, podemos ter passado por uma viagem de sonho sem ter dado por ela. Aprendi que «hibernando» no meu refúgio em S.Vicente posso ser tão feliz como na viagem que realizei até à Russia. Aprendi que podemos estar onde for, mas o que interessa é o nosso núcleo interior.
Aprendi que não são os bens exteriores e muito menos os arredores do amor que vale a pena. Isso é só uma distracção quando não há mais nada, quando, por mil razões, nos deixámos infectar pelo cinismo e pela amargura, ou quando a estrada acaba já ali porque não nos apetece seguir para lado nenhum.
Reaprendi a beleza do amor quando senti que podia perdê-lo, reapreciei andar de mão dada, segredar parvoíces, rir muito e à toa de uma piada má mas só nossa e, nesse momento, não lembrar de mais ninguém; achar que se tem de repente dezoito anos; guardar os amigos que o são, ter a família com saúde e um filho bom e lindo, apesar de teimoso.
Aprendi a ser mais tolerante, a ser mais concordata, não amuo com estranhos, nem preciso brilhar em nenhuma situação, prefiro que o ego do outro cresça em vez do meu.
Aprendi que afinal não tenho tantas necessidades que julgava ter, aprendi que posso viver com pouco.
Foi assim, um ano especial, um ano onde consegui retirar o néctar necessário para me alimentar nos anos vindouros, um ano bem melhor do que os anteriores, um ano de grande paz interior e muita felicidade, embora sem grandes exuberâncias.
G.A (biga)
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